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Proposta de Redução de Desperdício de Alimentos em Estabelecimentos Comerciais

Proposta de Redução de Desperdício de Alimentos em Estabelecimentos Comerciais

Francisco Flávio de Souza

Introdução e Motivação

É comum vermos nos supermercados, feiras, centros de abastecimento, etc. o grande desperdício de produtos perecíveis, mais especificamente, alimentos como frutas, legumes e verduras. Após permanecerem certo tempo na prateleira desses estabelecimentos por não terem sido adquiridos ainda pela clientela, esses produtos passam a ter a aparência afetada no que diz respeito ao brilho, à cor, ao sabor, ao odor, ao volume, etc., já que não têm mais o frescor inicial, embora mantenham, ao menos em grande parte, suas propriedades nutricionais e não ofereçam risco à saúde humana. O problema é que quanto mais tempo esse tipo de produto permanece na prateleira, menor é a probabilidade de ele ser adquirido, já que o cliente irá preferir os exemplares de melhor aparência obviamente. Na tentativa de minimizar a perda, uma parte dos estabelecimentos promove a redução de preço desses produtos que já estão na prateleira por alguns dias, porém, mesmo assim, o que se vê por meio de reportagens e de estudos realizados sobre esse assunto é que ainda há uma grande quantidade desse tipo de alimento sendo enviada para o lixo.

Se analisarmos bem essa situação, veremos que esses produtos, antes de terem sido jogados no lixo, por um certo período de tempo, poderiam ter sido consumidos normalmente, mesmo após a perda de parte de sua “atratividade”, porém, justamente por causa de sua aparência, já se sabia que dificilmente seriam comprados. Então por que não foram doados nesse período? Essa é uma pergunta que muitos podem fazer, porém o que talvez eles não saibam é que um dos empecilhos é o de que esses estabelecimentos poderiam ser responsabilizados, caso doassem algum produto que prejudicasse a saúde de alguém. Além disso, tais estabelecimentos não iriam assumir o custo de fazer uma triagem meticulosa e criteriosa desses produtos a fim de poder garantir que eles estivessem aptos para o consumo humano ao serem doados. A opção por descartá-los é bem mais prática e barata, não é mesmo? Enquanto isso, centenas de milhares ou até milhões de pessoas passam fome ou grande necessidade, culminando numa crescente onda de subnutrição, doenças e mortalidade. Há ainda o fato de que ocorreu uma perda de recursos em algum ponto da cadeia produtiva, uma vez que uma quantidade de produtos que consumiu esses recursos até chegar à prateleira de estabelecimentos comerciais não atingiu ao menos o benefício social de alimentar pessoas. Estamos, pois, diante de um contrassenso: de um lado, uma grande quantidade de pessoas necessitadas de alimento; de outro, toneladas de produtos alimentícios sendo atiradas no lixo. Como resolvê-lo ou amenizá-lo?

 

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